
Muitos cedem à pressão do grupo para poder se integrar.
É grande a influência exercida pelos amigos na fase da adolescência e juventude. Seja na maneira de vestir, nos lugares onde frequentar, o que assistir na TV ou ouvir no Mp3. A decisão em consumir bebidas alcoólicas pode vir, muitas vezes, da persuasão da turma.
O Sem Excesso conversou com o neuropsicólogo, Paulo Jannuzzi Cunha, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, Universidade de São Paulo. Ele conta como a necessidade de aceitação e integração ao grupo leva o jovem a tomar atitudes que usualmente estariam fora do seu contexto comportamental. Explica, contudo, como lidar com essas situações por meio de uma mudança de postura tanto do adolescente quanto dos pais.
O adolescente pode decidir ingerir bebida alcoólica com o intuito de se integrar socialmente?
A dificuldade em colocar sua opinião perante os amigos e interagir em alguns momentos faz com que ceda às pressões para poder participar e se sentir parte da turma. É um comportamento inadequado, porque na realidade ele deveria ter habilidade de fazer isso por ele mesmo, sem recorrer a qualquer substância.
A dificuldade em colocar sua opinião perante os amigos e interagir em alguns momentos faz com que ceda às pressões para poder participar e se sentir parte da turma. É um comportamento inadequado, porque na realidade ele deveria ter habilidade de fazer isso por ele mesmo, sem recorrer a qualquer substância.
Mas ingerir bebida alcoólica realmente facilita a socialização? O álcool, na realidade, atrapalha porque o jovem pode desenvolver uma dependência para poder se incorporar socialmente. O ideal é que a socialização ocorra de forma natural e saudável. A necessidade de ingerir álcool para perder a inibição e se integrar revela também um comportamento relacionado a um problema de ansiedade do jovem, que precisa ser tratado.
E qual postura o adolescente deve adotar se estiver se sentindo pressionado a ingerir bebida alcoólica?
É importante que, em primeiro lugar, ele saiba escolher bem o grupo que quer fazer parte e estar pronto para dizer não. A habilidade social deve implicar em não magoar o outro, mas, ao mesmo tempo, não contrariar seus ideais. Outra alternativa é, se for o caso, buscar outras turmas.
É importante que, em primeiro lugar, ele saiba escolher bem o grupo que quer fazer parte e estar pronto para dizer não. A habilidade social deve implicar em não magoar o outro, mas, ao mesmo tempo, não contrariar seus ideais. Outra alternativa é, se for o caso, buscar outras turmas.
Saiba como ajudar a orientar o jovem
Se de um lado o adolescente quer aprender a lidar com as pressões dos amigos, de outro os pais procuram respostas sobre como evitar que essas situações influenciem seus filhos a terem comportamentos inapropriados, como a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso ou a experimentação antes dos 18 anos.
Confira as dicas do neuropsicólogo Paulo Jannuzzi Cunha sobre como lidar com a questão.
Se perceber que o jovem consome bebida alcoólica antes de completar a maioridade, ou após os 18 anos de forma abusiva, mude algumas regras como, por exemplo, não empreste o carro, não forneça dinheiro ou restrinja os períodos de saída de casa. Converse com ele, esclarecendo o que se espera dele e busque orientação profissional, se for o caso. Deixe claro o porquê das restrições para que seu filho mude de comportamento, caso contrário ele não terá os benefícios que tinha antes.
Se o filho ou filha tiver mais de 18 anos não deixar que associe bebida alcoólica com direção. Se o pai ou a mãe assumir a responsabilidade de levar e buscar na balada, tem a oportunidade de conhecer os amigos e interagir com eles. Pode ser difícil acordar na madrugada, mas o retorno positivo é muito importante. É possível participar da conversa e, se for o caso, intervir.
Se o filho ou filha tiver mais de 18 anos não deixar que associe bebida alcoólica com direção. Se o pai ou a mãe assumir a responsabilidade de levar e buscar na balada, tem a oportunidade de conhecer os amigos e interagir com eles. Pode ser difícil acordar na madrugada, mas o retorno positivo é muito importante. É possível participar da conversa e, se for o caso, intervir.
É preciso acompanhar de perto para saber com quem anda, conhecer os amigos, mas sem adotar uma postura invasiva, que seria, por exemplo, colocar um detetive para verificar o que faz, ou ficar escondido e escutar a conversa ao telefone.
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